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Número de insolvências diminuem

As insolvências de empresas em Portugal caíram em Agosto pelo terceiro mês consecutivo, para o menor valor mensal desde início de 2013, e acumulam um recuo de 2,4% desde início do ano, segundo dados divulgados esta sexta-feira.

De acordo com as informações mais recentes do Observatório de Insolvências e Constituições de Empresas da IGNIOS, nos primeiros oito meses de 2014 entraram em insolvência 5.075 empresas, menos 126 do que no mesmo período de 2013.

Em termos mensais, Agosto foi o mês de 2014 a registar menor número de insolvências (229), como todos os anos acontece devido às férias judiciais, e foi o terceiro mês consecutivo a exibir uma redução mensal deste indicador.

Em termos homólogos, o mês de Agosto observou também uma quebra, com menos 101 empresas insolventes do que no mesmo período do ano passado e a IGNIOS a referir que este resultado foi "parcialmente afectado pela instabilidade da plataforma do Ministério da Justiça Citius no final do mês (cinco dias)".

Os dados do Observatório de Insolvências e Constituições de Empresas revelam ainda que, nos primeiros oito meses do ano, foram constituídas 23.543 novas empresas em Portugal, das quais 2.026 em Agosto.

Segundo nota a IGNIOS, "o número de empresas criadas continuou a cair (-3,5% face às 24.407 de 2013), mas esta queda tem vindo a perder ritmo ao longo do ano e o número de empresas criadas por cada empresa insolvente mantém-se estável em torno de 4,6 novas empresas por cada insolvência".

Lisboa destaca-se como o distrito mais dinâmico em termos de constituições (6.805), seguido do Porto (4.418), Braga (2.042), Setúbal (1.556), Aveiro (1.362) e Faro (1.214).

Por sectores, os serviços continuam a liderar as preferências para a constituição de novas empresas (9.501), representando "a esmagadora maioria" das empresas constituídas (92,2%) em Portugal com um capital social igual ou inferior a 25.000 euros.

Globalmente, a queda do número de insolvências no acumulado do ano foi sobretudo influenciada pela descida de 23,2% nos pedidos de insolvências apresentados pela própria empresa: nos primeiros oito meses de 2014 foram 1.423 as empresas que solicitaram insolvência, contra 1.853 em 2013.

Já as insolvências pedidas pelos credores (1.648) aumentaram 4,7% face a 2013 (1.574), enquanto as declarações finais de insolvência (em que o processo está definitivamente concluído) abrangeram mais 244 empresas do que em 2013, num crescimento homólogo de 14,9%.

No que respeita à dimensão das empresas, apenas sete das de maior dimensão (com um volume de negócios superior a 25 milhões de euros) entraram em insolvência em 2014, continuando a ser as microempresas (com um volume de negócios abaixo dos 2,5 milhões de euros) as mais atingidas, ao concentrarem 4.915 insolvências num universo de 5.075.

Numa análise por sectores de actividade, a construção e obras públicas continua a dominar em termos de insolvências (945 empresas), embora se tenha mantido a tendência de redução do seu peso no total: 18,6% no final de Agosto, abaixo dos 18,8% do mesmo período do ano passado.

Em sentido contrário, o sector 'outros serviços' tem vindo a aumentar o peso no total das insolvências, estando agora em 17,9% (907 empresas), quando no acumulado de 2013 terminado em agosto esse peso era de 16,8%.

Esta tendência é seguida pelo comércio a retalho (16,8% face a 16,2%) e pela restauração (7,3% em 2014 e 7,1% em 2013), sendo o comércio a grosso outro sector com elevado número de insolvências em 2014 (12,2%), apesar do recuo registado (12,6% em 2013).

Em 2014, o maior número de insolvências continuou a registar-se nos distritos de Lisboa e Porto, com respectivamente 1.103 e 1.147 empresas insolventes nos primeiros oito meses do ano.

Contudo, os dois distritos apresentam uma tendência inversa, já que Lisboa tem vindo a aumentar o seu peso no total nacional (21,7% em 2014 e 20,3% em 2013) e o Porto tem diminuído (22,6% em 2014 e 23,1% em 2013), por estar "estar menos exposto aos serviços dependentes da procura interna".

Além destes, os distritos de Braga (11,0%), Aveiro (7,3%) e Setúbal (6,2%) são apontados como "os mais expressivos" em termos de insolvências.

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